terça-feira, 21 de junho de 2016

A Jornada do Xamã: Totens parte 1


No WoW Vanilla existia um tipo especial de quest chamada Class Quest. Tratavam-se de um conjunto de quests exclusivas para cada classe e que traziam recompensas únicas.

Meu Xamã, aguardando o dia em que ficarei
rico e poderei viver apenas jogando.
No WoW Vanilla eu tenho um Shaman de nivel 60. E as Class Quests do Shaman mais relevantes são as quests para se obter os totems.

Antigamente havia uma mecânica que era a dos reagentes. Determinadas habilidades só poderiam ser usadas se você tivesse determinado item no inventário. Ladinos para usar Sumir (Vanish) tinham que ter uma bomba de fumaça no inventário. Um conceito que não acho nem pior nem melhor, apenas diferente, com seus prós e contras.

Daí que, os totems eram os reagentes de um conjunto de habilidades, mas, diferentemente dos outros reagentes, eles não são consumidos. Apenas ficam ocupando espaço na Bag eternamente e habilitam o uso de habilidades.

Bem, agora eu vou relatar todo o trajeto para conseguir estes totems. Aí vem Lore e aí vem um conjunto de jornadas!


O CHAMADO DA TERRA

Em Durotar, nova nação dos Orcs, os Xamãs iniciantes (Orcs e Trolls) iniciam suas vidas com habilidades do elemento terra. Healing Wave possui uma animação do elemento Terra. No nível 2 xamãs aprendem a encantar suas armas com o poder da terra e no nível 4 se aprende o Earth Shock, que antigamente servia para interromper e causar Silence.

Mas no nível 4 vinha uma quest especial também, Call of the Earth. Quem a inicia é Canaga Earthcaller o possível aprendiz de Shririk, a treinadora de Xamãs. Basicamente ele nos indica que é hora de entrar em comunhão com o espírito da terra mas para tal ele pede um simples teste: que nós consigamos dois cascos de Felstalker, em uma caverna ao norte, tomada pelo clã Burning Blade.

Conseguido os dois cascos, no retorno ele nos fala sobre o poder da terra, de proteger e acolher, e prepara um sapta, uma bebida espiritual. Nos orienta a procurar uma passagem secreta, encontrar a pedra espiritual e beber o sapta lá. Encontrando a Pedra Espiritual e bebendo, o Xamã ganha a habilidade de enxergar elementais da terra, e um elemental maior que os demais vai receber a quest. Ele vai falar um pouco sobre a paciência, persistência e força que são relacionados ao elemento terra e vai entregar uma parte do seu corpo, um quartzo.

Ao retornar para Canaga, ele vai pegar o Quartz e vai confeccionar um Totem da Terra para você a partir do Quartzo. Achei irado o fato do seu totem ser um pedaço de um espírito elemental da terra! fora isso você também ganha uma habilidade, Stoneskin Totem, que reduz o dano recebido por ataques corpo a corpo.


O RITO DE PASSAGEM DOS TAURENS

Taurens possuem uma linha de quests diferentes, porque eles podem ser Xamãs mas estão longe demais da area inicial dos Orcs e Trolls para irem até lá no nível 4.

A quest, de uma maneira geral é muito parecida com as que eu relatei. Seer Ravenfeather vai lhe chamar e contar que é chegada a hora de entrar em comunhão com a terra. Ela pede duas poções de líquidos que os xamãs dos Tuscos, em uma ravina próxima. Os Tuscos são muito ligados a terra, e as ravinas onde crescem espinhos gigantes tem relação com o sangue do Deus Animal Agamaggan.

Conseguido os líquidos, ela prepara um Spata e orienta o Xamã Tauren a bebê-lo na Pedra Kodo. Para os Taurens, o Kodo representa o elemento terra, persistente, paciente e ao mesmo tempo forte. A conclusão da quest é igual ao original, com o Elemental entregando um Quartzo, parte do seu corpo, para servir de matéria prima para o Totem.


O CHAMADO DO FOGO

O chamado do fogo fica disponível a partir do nível 10. O jogador é orientado a procurar Kranal Fiss, nos Sertões (nota: as pessoas costumam dizer que o nome dele é horrível). Ele lhe entrega a tocha do fogo adormecido e pede para voltar para Durotar (que ótimo) e dá orientações sobre uma nova passagem secreta, apenas para xamãs. Essa passagem secreta foi mais dificil de achar na primeira vez que a procurei, sem dicas, mas depois de encontrar foi possível subir e subir e subir até chegar no topo e dar de cara com um Troll solitário guardando um daqueles pratos de colocar fogo.

Ele pede para você dois itens antes de continuar o treinamento: o primeiro é um prato carregado pelos tuscos nos Sertões e o outro é um saco com reagentes de um dos cultistas do clã Burning Blade, na ravina ao norte de Razor Hill. Daí você tem que ir para os Sertões e para o norte de Razor Hill e coletar esses itens. Só não entendo qual a necessidade de um dos pratos dos Tuscos, eles são muito mais ligados a terra do que ao fogo. Os reagentes do clã de Warlocks até entendo, pois tem relação com o fogo, mas a ligação com os Tuscos... enfim!

Conseguidos os reagentes o pobre Troll Solitário prepara o Sapta e lhe dá a habilidade de ver os elementais do fogo. Mas se você acha que acabou, está enganado! É preciso subjugar o elemental, pegar as suas cinzas e acender uma chama usando o prato dos Tuscos, e assim acender a tocha do fogo dormente. Sim, subjugar o elemental do fogo! Eu adorei a ideia! Tem muito sentido com o poder do fogo, de consumir e derrotar.

Conseguindo concluir tudo é hora de voltar para o pobre coitado do Kranal e lhe entregar a tocha em chamas. Com ela, ele prepara o seu Totem do Fogo - sim, seu totem é uma tocha com uma chama que nunca se apaga - e você ganha o primeiro Rank da Habilidade Searing Totem, que fica atacando inimigos próximos com pequenas rajadas de fogo.

Curiosidade: No Vanilla, todos os totens era iguais aos totens
dos Taurens. Trolls e Orcs ganharam totems únicos no RoTLK

Agora faltam apenas o Chamado das Águas e o Chamado do Ar. Continuarei falando sobre isto em outra oportunidade.

Você pode ler a parte dois aqui.




segunda-feira, 20 de junho de 2016

Três joguinhos do Game Boy Advance (GBA) que vale a pena conferir


Esses dias estava me lembrando dos tempos em que meu meio principal de jogo era o emulador do GBA. Esse tempo passou e eu hoje tenho um Nintendo 3DS e uma conta da Blizzard cheio de coisas pra fazer toda semana.

Mas nesses tempos eu estava lembrando dessa época feliz em que podia jogar demais mesmo quando a conexão com a internet estava ruim, e resolvi dar aqui umas dicas de jogos de GBA.

Segue aí


Advance Wars 2

Pense num jogo para eu amar! Advance Wars merecia uma continuação digna para o 3DS ou para o próximo portátil da Nintendo. É fácil de aprender o sistema básico e vai ficando complexo e complexo na medida em que mais unidades vão sendo incluídas e novos Comandantes aparecem. O Advance Wars 2 é melhor que o primeiro por ter uma campanha mais diversificada e o modo de ensinamento ser mais empolgante do que o tutorial do primeiro. Tem uma missão com um vulcão! Além de que existe uma campanha na dificuldade Hardcore, destravada após completar a campanha normal - e muito difícil, mesmo!


Fire Emblem

O jogo da Lyn, Eliwood e Hector. Trata-se do prequel do Fire Emblem: The Sword of Bidding. Como foi o primeiro Fire Emblem a chegar nas Américas o subtítulo foi perdido, que originalmente é Sword of Flame. Um jogo cheio de personagens cativantes (zerei cinco vezes), que envolve RPG e estratégia e requer uma boa habilidade de planejamento, uma vez que as mortes são permanentes. Vale a pena demais!




Rockman EXE 2

Mistura de ação de estratégia com card-game. Rockman EXE é uma série muito massa e que super recomendo, mas, em especial, o EXE 2 é muito bom! Enredo simples, mas efetivo, sistema de batalha bem feito, cenários muito intrigantes para se explorar e ir abrindo caminho. A única parte mais chatinha são as missões errantes, mas apesar disso, EXE 2 é muito bom. E é cheio de extras pós-game, muito desafiadores (só consegui vencer metade)



sábado, 18 de junho de 2016

Meus Personagens do Diablo 3


Resolvi dar um tempo dos posts problematizadores e tou compartilhando amenidades. Vou colocar aqui meus personagens do Diablo 3.

RAVEN

Meu Demon Hunter quando eu comecei a jogar na minha conta (antes eu tinha um personagem na conta de um amigo). Coloquei o nome como uma referência ao corvo da habilidade companheiro animal. Já sabia que queria usar a combinação Sentinela conjuntamente com a habilidade do Companheiro Animal. E, acreditem ou não, eu não tinha conhecimento do conjunto do saqueador, que usa como base justamente estas duas habilidades. Cheguei no nível 70 e comecei a procurar o conjunto. Meu primeiro DH de nível 70. Só tenho três peças dele. sou player casual não me julguem



LEONABARBARA

Eu a chamava de A Fúria Cafona ou Punho Sem Estilo, porque as peças de armadura sempre vinham em combinações de cores que ficavam muito bregas. Na temporada 5 eu converti ela como heroína de temporada e consegui o conjunto do poder da terra. LeonaBarbara é resistente, forte e corajosa. Mas não tem esse senso de estilo todo. E quem disse que toda mulher tem que ser fashionista? poxa, não consegui não problematizar


SIL'VASH

Sil'Vash é o nome de uma Rainha Zerg em um Fanfic que eu escrevi. Depois eu resolvi colocar este nome numa Witch Doctor. Sil'Vash era o nome da minha personagem na conta do meu amigo. Meu primeiro personagem de nível 70. Hoje esse personagem está reservado à seguir no modo história com o mozão. Como a gente não tem tanto tempo livre assim, vamos aos poucos.




PALLASREKALK

Criei para a temporada 4. Maior objetivo foi conseguir peças de Transmog. Guerreira Viking devota a Odin e matadora de Dragões. Também conseguiu o escudo da Johanna. Ou melhor, o demônio maligno que o portava - e de quem Pallas arrancou os dentes - jurou até no leito de morte que o escudo era o verdadeiro. Mas tem outros Cruzados portanto um escudo semelhante e reivindicando que o exemplar deles é que pertenceu à Lendária Johanna.



CROWLER

Criei para temporada 6 assim que soube que a recompensa de temporada era o conjunto do pilhador. Também é o substituto do Raven como meu main, porque depois de tanto tempo eu cheguei a conclusão que Crowler é um nome melhor, e mantém a referência ao corvo. Atualmente ele continua limpando santuário de demônios enquanto se prepara para vencer a provação do pilhador.





domingo, 12 de junho de 2016

Chacina da Boate Pulse - e a cadeia da violência



Hoje, dia 12 de Junho de 2016, houve mais um Massacre nos EUA.

Até aí "nada demais", por assim dizer. Explico: Desde o massacre de Sandy Hook, em 14 de Dezembro de 2012, já houveram 998 massacres no país. Isso dá uma média de 1,09 massacres por dia. POR DIA!

O que faz esse massacre diferente é que desta vez ele aconteceu em uma Boate LGBT de Orlando, a Pulse.

Em primeiro lugar, não é porque a boate é LGBT que o massacre é pior ou a dor da família dos mortos é mais importante. O ponto não é este, mas o que representa este ataque: Homofobia. A ideia de que os homossexuais são pessoas doentes ou merecem morrer.

"Ah, mas foi um ataque do Estado Islâmico, não tem nada a ver com Homofobia, mas sim com Fundamentalismo Religioso". Em primeiro lugar, não existe prova definitiva de que ele foi orientado pelo Estado Islâmico. Aparentemente, não foi isso. Ele se inspirou sim no E.I. mas agiu por conta própria, por própria convicção. 

"Tá, mas o que é que isto tem a ver com a gente?"

TUDO!!!!!


Segundo o pai do assassino, ele viu um casal gay se beijando em Miami e ficou muito incomodado. Encontrou espaço na máxima "Não quero que crianças vejam este tipo de coisa". Encontrou o discurso religioso fundamentalista. Se sentiu legitimado com os discursos homofóbicos, com as ideias de que os gays merecem morrer. "Gay que não se presta ao respeito, depois acontece alguma coisa, não pode reclamar". Quem nunca ouviu algo do tipo?

Discursos Homofóbicos LEGITIMAM ideias homofóbicas, e alimentam o sentimento de amparo das atitudes que agridem e matar a população LGBT. Alguém pode até pensar "Ah, mas então um comentário dizendo que ser gay é errado/doença vai fazer um cara sair atirando? Não consigo enxergar isto!". Bem, é verdade que um comentário destes sozinho não vai ser a justificativa para uma pessoa a cometer esta ou outras formas de violência. Mas este comentário, ele não existe sozinho, ele existe dentro de uma corrente de comentários machistas e homofóbicos. Toda vez que alguém faz um comentário homofóbico ele alimenta essa cadeira que legitima as violências. Independente do comentário ser "leve ou pesado".

No Brasil se relativiza muito a homofobia, outra forma de contribuir com ela
E o link com a comunidade gamer?

Pois bem, faz apenas cinco dias que eu falei sobre um jogo cuja proposta é atirar em gays e trans, e poupar os héteros. Sério, faz apenas cinco dias! E o principal argumento da empresa para defender o seu jogo que contém assassinato da população gay? De que o mundo está muito chato. E de onde a empresa tira o sentimento de legitimidade para afirmar isto? Dos comentários machistas e homofóbicos da comunidade gamer. Esses comentários fazem parte da cadeia que alimenta as violências lgbt.

Vamos repensar nossas atitudes, comunidade gamer? Já não basta os níveis de toxidade que mulheres e lgbt's enfrentam a mais? Já não basta o desconforto causado, as ofensas e as vezes humilhações? A comunidade gamer ainda por cima deve fazer parte da cadeira de violência, como mais um elemento, mais uma força? Ou podemos fazer diferente?

Fica a reflexão!



terça-feira, 7 de junho de 2016

Noticia triste do dia

A notícia é do dia 05 de Maio, mas acho que ainda vale deixar armazenada na memória do meu blog a reflexão.

Imagine um jogo que tem a seguinte descrição:

“Você odeia negros? Quer descontar suas frustrações com a comunidade negra? Bem, afora você pode. Assassine pessoas negras e miscigenadas e evite matar pessoas brancas. Faça pontos antes que o tempo acabe”

Que sentimentos vem à sua mente?

O Brasil é um país que está conseguindo superar, aos poucos, o racismo ideológico e discursivo (o racismo estrutural ainda tá é longe). Temos um avanço sobre os direitos das pessoas negras, e conseguimos, em boa parte, vencer a desumanização da população negra¹.

Tendo dito, o mais provável (a menos que você seja um “Reaça Declarado”) é que você tenha sentido que este jogo ultrapassa o limite do ofensivo, que atenta contra algo que deveria ser intocável: a dignidade dos seres humanos. Que o gosto de quem produz este jogo é bastante duvidável.

Pois bem, este jogo não existe. Fiz toda esta introdução apenas para apresentar o jogo real. O fiz porque, de um modo geral, as pessoas já conseguem sentir uma empatia um pouco maior com a população negra do que com os LGBT's.

Pois bem, o jogo real possui esta descrição:


“Você odeia gays? Quer descontar sua frustração com a comunidade ‘LGBT’? Bem, agora você pode. Assassine gays e transgêneros e evite matar pessoas hétero. Faça pontos antes que o tempo acabe.


Este jogo existe e ficou disponível na Steam por um tempo, em uma área que serve para que as empresas testem se os jogos agradam o público. Uma pré-loja. Depois de reclamações, a Steam resolveu tirar o jogo.

Depois do ocorrido o estúdio se manifestou e declarou que o jogo não pretende incentivar o ódio nem a violência contra LGBT’s. Uma coisa que não faz muito sentido. Mas, de fato, é muito difícil para as pessoas entenderem o que é discurso de ódio quando elas não pertencem a nenhuma minoria.

Por exemplo, eu comecei fazendo uma comparação sobre como a questão do racismo contra os negros está avançando aos poucos. Mas não muito tempo atrás muita gente defendeu o Resident Evil 5 quando ele colocou um homem branco atirando em Zumbis Negros na África – silenciando os negros, inclusive, e relativizando racismo.

Em nota, o estúdio ainda disse “Ótimo, era isso que a gente queria. Esperem só até o próximo jogo que estamos criando, vai ser ainda mais ofensivo que esse”. O que leva a questão final deste blogueiro sem tempo, mas que acha uma brecha quando é para problematizar:

Está vendo o que a sua indignação contra o politicamente-correto está produzindo? Essa onda de reclamar contestando quando um grupo sente sua dignidade ameaça acaba legitimando pessoas para criarem coisas que incentivam o ódio e a perseguição.

O jogo foi retirado e de uma maneira geral não houve tanto apoio público a empresa (não que eu saiba). Mas ele existe. As pessoas que apóiam o racismo, a misoginia, a lgbtfobia e o extermínio étnico, elas existem e ficaram bem felizes com a notícia. Apenas não demonstram a cara publicamente. Mas estão lá, e sabem que contarão com o apoio das pessoas de pouca empatia e que reproduzem as palmas e os parabéns ao politicamente-incorreto, mesmo que apenas pela Zuera.

A questão final é: você quer apoiar estas pessoas?


OBS:

1 – A desumanização da pessoa negra não foi superada integralmente. Pessoas negras ainda têm parte de sua humanidade relativizada de diversas formas, algumas explicitas e outras implícitas. Ou seja, não foi totalmente superado não! Se quiser saber mais sobre o tema, eu recomendo o site do Geledés, Instituto da Mulher Negra. Se informe com os próprios negros se quiser saber mais sobre racismo e como combatê-lo.

POST SCRIPTUM: Hoje, dia 12 de Junho de 2016 houve um massacre em uma boate LGBT em Orlando, nos EUA. Escrevi sobre isto aqui, apenas cinco dias após ter escrito sobre este jogo. E deixo uma reflexão.


Rapaz manda mensagens para mãe durante massacre.